15.2.07

Buracos de Portugal

Somos um país prolifero em buracos. Penso que a nação inteira deverá ter surgido toda a partir de um buraco (negro ou não) e desde então tem-se cultivado o gosto pela escavação em terrenos alheios. Não concordam? Então passo a enumerar:

- Buracos na estrada: Temos buracos das mais diversas formas e feitios, pequenos ou grandes, esticados ou alongados, "ao de leve" ou profundos. Com tanto buraco a minar as nossas vias terrestres nem sei como o número de desaparecidos ainda não disparou para valores verdadeiramente astronómicos.

- Buracos orçamentais: Estes surgem sempre pela calada e onde menos se espera, costumam ser provocados por "buraquistas" especialistas na arte de abrir o dito até caber um combóio... de atravessado! São "mais que as mães" e não desistem até poderem comprar um iate e uma vivenda forrada a azulejo na Côte d'azur. Estes não fazem desaparecer viaturas mas criam muitas dores-de-cabeça a quem paga impostos todos os anos. Pena não termos o partocínio de uma Aspirina ou Ben-u-ron.

- Buracos nos bolsos: um verdadeiro flagelo para quem precisa de transportar o ordenado para casa. Por vezes são tão grandes que mesmo antes de se meter a chave à porta já se perdeu o poder de compra do mês corrente e do próximo, e tudo sem se dar por isso. Uma presença constante na maioria dos lares portugueses.

- Buracos do c*: esses... enfim... há por ai muitos e com duas pernas. Existem meramente porque ainda não surgiu o motivo certo para legalizar o abate desta espécie, sem direito a qualquer tipo de negociação. Infernizam a paciência de cada um com a sua perniciosa maneira de estar, bem ao tipo do "eu quero, eu posso, eu mando!". O buraco de onde surgiram deveria ser bem tapado com chapa de aço e vedado com super-cola 3, para evitar uma nova infestação.

- Buracos no estômago: exceptuando os buracos da estrada, todos os outros contribuem para o aumento dos buracos do estômago da maioria dos portugueses. Dizem que se deve ao facto da nossa economia se encontrar em crescimento. Ora como todos sabem os pequenos quando crescem têm um apetite feroz, comendo muitas vezes por dois ou por três da mesma idade e tamanho. Como se encontra a crescer a passos largos, a nossa querida economia provoca em todos uma fome descomunal e a consequente corrida aos anti-ácidos para evitar as dores características dos buracos no estômago. Dizem que isto vai passar quando a economia atingir a maioridade... lá para 2050, comentam os especialistas. Até lá, vamos tapando buracos...

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